quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coisas que aprendi com a minha avó

Hj me deu saudade.
Saudade de ter família.
De ser filha, de ter colo.
Lembrei do colo quente de minha avó.
Nele ela guardava todo o carinho do mundo, embora meio bruta, calejada pela vida, fez e sempre quis fazer o bem a todos que a rodeavam. Principalmente os filhos e netos.
Minha mãe precisava trabalhar e quem tomava conta de mim e de meus irmãos foi ela: Almerinda.
Repentista, casada duas vezes e apaixonada até morrer pelo primeiro marido o qual ficou viúva cedo com três filhos pra criar.
Minha mãe veio na segunda leva de casamento e mais três filhos. Logo enviuvou de novo. Mas conseguiu criar os filhos catando café. Minha mãe era a caçula e ela acabou por morar conosco, infelizmente, não até morrer porque minha mãe morreu antes dela e eu fui embora de Santos tbm antes disso.
Não cheguei a vê-la no caixão. Ainda bem! Por conta disso eu ainda posso me lembrar de coisas que ela me ensinou e que eu tentei aprender. Coisas que vou levar pra vida toda e que vou passar pros meus filhos para que um dia eles escrevam num blog sobre mim e que estão passando os conhecimentos familiares adiante.
Minha avó me ensinou a fazer um bolinho esquisito que ela chamava de tuiuiu, talvez uma premonição de que eu ainda veria muitos desses pássaros em Mato Grosso.
Também a me divertir com pouco brincando comigo no quintal e a participar de minhas brincadeiras quando tomava conta de mim enquanto meus pais iam para o trabalho. Era móveis de caixas de fósforo, vestidos de bonecas feitos com retalhos, bolo de aniversário de boneca com pão. Contava histórias e fazia rimas para cada neto que nascia e não esquecia de dar cerca de R$ 10,00 para que fosse começada a "poupança" da criança.
Minha avó me ensinou a ser uma pessoa boa, decente. Eu tento. Também a não desperdiçar e que coisa boa se compra na feira.
Yambém a falar "bom dia" e "boa noite" e a pedir 'bença'.
E eu continuo não me esquecendo. O que é muito fácil, porque com tudo isso ela ficou em mim, nos meus filhos, nos meus netos e em todo mundo que vier depois.
Sei que está em bom lugar. Viveu 102 anos. Mas, egoísta que sou, queria seu colo agora...

Um comentário:

Anônimo disse...

Puxa Dri, vc conseguiu me fazer viajar no tempo, por alguns instantes a gente estava lá correndo das toalhadas molhadas, quando fazíamos coisa erradada.
E a contação de histórias do sertão até altas horas da noite?
Pena que voltei.
bjs
Val